sexta-feira, 22 de maio de 2015

Pessoas

Um grande amigo, ao saber do meu problema de saúde, disse:
"Uma das coisas que mais me marcaram quando eu fiquei doente foram as pessoas. Você vai se decepcionar com muita gente e se surpreender com muita gente".

Verdade.

Pessoas com quem nunca pensei que pudesse contar estiveram presentes, mão na massa, ajudaram muito, com coisas que nem pensava que precisaria de ajuda.
Outras, com quem achei que pudesse contar, não. E não por não querer, mas não poder mesmo. Fiquei magoada - mas hoje entendo que a ajuda da qual eu estava precisando elas não podiam - não podem - oferecer.

Tenho muita gratidão por todos que ficaram com minhas filhas nas duas semanas em que fiquei internada sem vê-las. Lembro com muito carinho das enfermeiras que cuidaram de mim, de cada uma que me ajudou a dar um passo a mais para minha recuperação.

Os quase dois meses mais críticos por qual passei foram duros, difíceis, pesados. Mas também proporcionaram oportunidades de reencontro com aqueles que, por motivos mil, se afastaram e escolheram caminhos muito diferentes do que o meu. Proporcionaram reencontros entre amigos, que, preocupados comigo, se falavam diariamente, depois de quase 15 anos de pouca convivência. Proporcionaram reencontros com amigos de infância.

A mágoa com aqueles que não corresponderam às minhas expectativas já foi muito grande, está diminuindo e espero que fique bem pequeninha. Mas não vou conseguir apagar.
Que as coisas boas que os momentos difíceis oferecem prevaleçam na minha memória.

Meu grande amigo tinha razão.

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